Acaba de ser publicado no "World Journal of Gastroenterology" um excelente artigo que muito oportunamente chega quando as ONGs estamos solicitando ao Departamento DST/AIDS/HEPATITES à necessária modificação do conceito de hepatopatia grave. A publicação demonstra claramente que a hepatite C não é somente uma doença do fígado, mas também uma doença mental, psicológica, familiar e social.
As consequências mais graves da hepatite C são a cirrose hepática e o câncer no fígado. A cirrose aparece em 20% a 40 % dos pacientes, conduzindo a falha hepática e a morte. É um vírus RNA identificado em 1989 e classificado pela Organização Mundial de Saúde como oncogênico pela facilidade com que provoca câncer no fígado. O câncer de fígado é o quinto no mundo em termos de mortalidade.
O estigma que a pessoa infectada que por vezes carrega é enorme e pode ter várias consequências. A principal causa é a falta de informação necessária, tanto no infectado, na população e até nos próprios profissionais de saúde.
Coloca o artigo que a cirrose é uma das situações mais cancerígena em termos médicos. O desenvolvimento do câncer é um fato real, acontecendo em até 4% ao ano nas pessoas com cirrose hepática. A qualidade de vida de um cirrótico descompensado pode ser muito pobre, com hospitalizações frequentes. Nesta fase apenas o transplante de fígado é a opção terapêutica existente.
Além do drama de serem infectados, os profissionais de saúde, pacientes, família, sociedade, devem estar cientes da possibilidade de cura real e eliminação total e definitiva do vírus. Se ainda não existir cirrose a cura é para toda a vida. Se já existir cirrose, mantém-se o risco de evolução para câncer, se bem que muito reduzido. Afortunadamente a cura da maioria dos infectados já é possível.
Vários ensaios clínicos estão em rápido desenvolvimento em todo o mundo, uma nova geração de medicamentos está se aproximando rapidamente, como Sofosbuvir, Daclastavir, Asunaprevir, ABT-450, Faldaprevir, Simeprevir, Deleobuvir, alguns deles usando apenas medicamentos orais, por um período de 12 semanas, com poucos efeitos colaterais e percentagem de cura de até 93%. Em um quarto de século, a percentagem de cura aumentou de 6% a 90%, no genótipo 1.
No início, a comunidade médica estava com medo da palavra cura. Mas agora é bem conhecida que esta palavra pode ser usada. Com efeito, é uma cura virológica para a vida toda. Está provado que o vírus não é detectado nas células de fígado ou de células mononucleares do sangue. Também não existe uma doença oculta, como é o caso para a hepatite B.
Embora a cura seja definitiva, devemos ser cautelosos em pacientes com cirrose hepática, porque embora a chance de desenvolvimento de câncer é fortemente reduzida, ela ainda permanece. Essa é uma das razões para oferecer imediatamente o tratamento aos pacientes com fibrose mínima ou moderada, de modo a reduzir a possibilidade de chegar à cirrose.
Benefícios da cura da hepatite C
1 - Carga viral negativa para toda a vida, em mais de 99% dos casos
2 - Carga viral negativa no fígado
3 - Carga viral negativa nas células periféricas mononucleares do sangue
4 - Não detecção do genótipo
5 - Em alguns casos o teste anti-HCV pode ficar negativo após cinco anos da cura, o que é chamado de "soroconversão"
6 - Normalização das transaminases AST, ALT e GGT
7 - Mudanças no ultra-som (contornos do fígado podem se tornar regulares, reduzir o diâmetro da veia porta em caso de hipertensão portal)
8 - Desaparecimento dos nódulos linfáticos, perto do fígado
9 - Redução dos valores da fibrose.
10 - A redução do risco de progressão para cirrose
11 - Reversão de cirrose em alguns casos
12 - Desaparecimento de varizes esofágicas
13 - A redução do risco de progressão para o câncer de fígado
14 - Redução do risco de doença hepática descompensada (ascite, icterícia, ruptura de varizes esofágicas, encefalopatia)
15 - Reduzindo a zero o risco de recorrência após o transplante de fígado (se necessário)
16 - Melhorias da qualidade de vida (falta de vontade, fadiga, bem-estar geral)
17 - Redução do impacto psicológico (ansiedade / depressão)
18 - Desaparecimento do risco de transmissão sexual
19 - Desaparecimento do risco de transmissão perinatal
20 - Diminuição do preço do seguro de vida ou plano de saúde
21 - Cura de condições associadas (porfiria cutânea tarda, polineuropatia, urticária, crioglobulinemia, linfomas)
22 - Redução do estigma, familiar e social
23 - O tratamento comprova a relação custo-benefício
24 - Benefícios totais para a saúde pública
25 - Redução do risco de morte por doença hepática
26 - Melhora neurocognitiva
27- Cura da hepatite C.
Saúde mental e qualidade de vida na hepatite C
Além da história natural da doença, os impactos pessoais de um diagnóstico de infecção da hepatite C e seu tratamento afetam fortemente a qualidade de vida dos pacientes. Problemas de saúde mental ocorrem com frequência nos infectados e, aumentam durante o tratamento antiviral. Estes indivíduos frequentemente apresentam sintomas neuropsiquiátricos como fadiga, ansiedade, depressão e distúrbios cognitivos.
O tratamento com interferon está associado a um elevado número de reações adversas, tais como a irritabilidade, insônia, fadiga e perda de apetite. Para além destas, os sintomas neuropsiquiátricos (especialmente a depressão, e por vezes com ideias suicidas) estão entre os efeitos secundários mais comuns no tratamento sendo uma das principais causas por que os pacientes interrompem o tratamento. É de salientar que, até certo ponto, os sintomas psicopatológicos (depressão, distúrbios cognitivos) podem estar associados à infecção da hepatite C, mesmo sem um tratamento.
Um grande número de pacientes submetidos a tratamento deve ser encaminhado para avaliação psiquiátrica e, se necessário, deve receber tratamento para a depressão e outros sintomas neuropsiquiátricos.
Reconhecimento de depressão e outros sintomas neuropsiquiátricos é importante, e pode melhorar a aderência ao tratamento.
Estigma da hepatite C
O diagnóstico da hepatite C foi relatado por ter impactos profundos sobre o relacionamento social. Estigma relacionado com a infecção conduz a elevados níveis de ansiedade e medo exagerado de transmissão, o que pode ser uma das principais causas de isolamento social e intimidade reduzida nas relações. Porque em muitos países a grande maioria das pessoas com hepatite C tem um histórico de uso de drogas intravenosas, eles são freqüentemente acusados de adquirir a doença, e vistos como irresponsáveis e indignos. Além disso, como é uma doença transmitida pelo sangue, a hepatite C está fortemente associada com o HIV (AIDS). Existe esta associação devido ao fato de que o abuso de drogas injetáveis é um fator de risco significativo para a transmissão de ambas as doenças, e isso pode ser um fator estigmatizante destes pacientes. O estigma pode ser definido como atitudes expressas por um grupo dominante, que vê aos outros como socialmente inaceitáveis. A noção de estigma denotando relações vergonhosas e desvios do que é considerado "normal" tem uma longa história dentro das doenças causadas por infecções, em particular HIV, e mais recentemente na hepatite C. Essas normas, comportamentos e crenças que cercam a infecção por hepatite C pode levar à alienação da família e amigos, bem como a discriminação (percebida ou real) nos serviços de saúde e locais de trabalho. O estigma pode afetar a auto- estima e qualidade de vida. Também pode impedir o sucesso de diagnóstico e tratamento, levando ao risco de transmissão da doença de forma contínua. É um fenômeno social que influencia o curso da doença e marginaliza pacientes. A estigmatização afeta não apenas o indivíduo, mas também de todo o curso da doença, os profissionais de saúde não estão imunes aos estereótipos e julgamentos que possam influenciar o curso do tratamento de pacientes com hepatite C. Mudar este comportamento irá ajudar a evitar o isolamento, a suspensão do tratamento dos pacientes e que irá aumentar a procura por atendimento médico.
A hepatite C deve ter uma abordagem global em seu tratamento. Ela exige esforços educacionais de base ampla, a fim de aumentar a compreensão desta doença, ainda ligado a vários estereótipos pejorativos. Esses esforços devem incluir a pacientes e seus familiares, prestadores de cuidados de saúde e da sociedade como um todo. Maior conhecimento da hepatite C é fundamental para auxiliar pacientes na autogestão da sua doença, e é importante para reduzir a carga da doença.
Vários benefícios de cura da hepatite C
Concluem os autores que podemos considerar que curar a infecção pela hepatite C é um benefício real para a saúde pública, principalmente através da redução do risco de complicações e de morrer por causa da doença hepática. Tendo acesso às terapias mais modernas a eficácia do tratamento aumenta significativamente a sobrevivência de pacientes infectados. A hepatite C crônica é uma epidemia silenciosa, uma doença global com um forte estigma, mas com grande chance de cura definitiva.
Fonte: www.hepato.com
As consequências mais graves da hepatite C são a cirrose hepática e o câncer no fígado. A cirrose aparece em 20% a 40 % dos pacientes, conduzindo a falha hepática e a morte. É um vírus RNA identificado em 1989 e classificado pela Organização Mundial de Saúde como oncogênico pela facilidade com que provoca câncer no fígado. O câncer de fígado é o quinto no mundo em termos de mortalidade.
O estigma que a pessoa infectada que por vezes carrega é enorme e pode ter várias consequências. A principal causa é a falta de informação necessária, tanto no infectado, na população e até nos próprios profissionais de saúde.
Coloca o artigo que a cirrose é uma das situações mais cancerígena em termos médicos. O desenvolvimento do câncer é um fato real, acontecendo em até 4% ao ano nas pessoas com cirrose hepática. A qualidade de vida de um cirrótico descompensado pode ser muito pobre, com hospitalizações frequentes. Nesta fase apenas o transplante de fígado é a opção terapêutica existente.
Além do drama de serem infectados, os profissionais de saúde, pacientes, família, sociedade, devem estar cientes da possibilidade de cura real e eliminação total e definitiva do vírus. Se ainda não existir cirrose a cura é para toda a vida. Se já existir cirrose, mantém-se o risco de evolução para câncer, se bem que muito reduzido. Afortunadamente a cura da maioria dos infectados já é possível.
Vários ensaios clínicos estão em rápido desenvolvimento em todo o mundo, uma nova geração de medicamentos está se aproximando rapidamente, como Sofosbuvir, Daclastavir, Asunaprevir, ABT-450, Faldaprevir, Simeprevir, Deleobuvir, alguns deles usando apenas medicamentos orais, por um período de 12 semanas, com poucos efeitos colaterais e percentagem de cura de até 93%. Em um quarto de século, a percentagem de cura aumentou de 6% a 90%, no genótipo 1.
No início, a comunidade médica estava com medo da palavra cura. Mas agora é bem conhecida que esta palavra pode ser usada. Com efeito, é uma cura virológica para a vida toda. Está provado que o vírus não é detectado nas células de fígado ou de células mononucleares do sangue. Também não existe uma doença oculta, como é o caso para a hepatite B.
Embora a cura seja definitiva, devemos ser cautelosos em pacientes com cirrose hepática, porque embora a chance de desenvolvimento de câncer é fortemente reduzida, ela ainda permanece. Essa é uma das razões para oferecer imediatamente o tratamento aos pacientes com fibrose mínima ou moderada, de modo a reduzir a possibilidade de chegar à cirrose.
Benefícios da cura da hepatite C
1 - Carga viral negativa para toda a vida, em mais de 99% dos casos
2 - Carga viral negativa no fígado
3 - Carga viral negativa nas células periféricas mononucleares do sangue
4 - Não detecção do genótipo
5 - Em alguns casos o teste anti-HCV pode ficar negativo após cinco anos da cura, o que é chamado de "soroconversão"
6 - Normalização das transaminases AST, ALT e GGT
7 - Mudanças no ultra-som (contornos do fígado podem se tornar regulares, reduzir o diâmetro da veia porta em caso de hipertensão portal)
8 - Desaparecimento dos nódulos linfáticos, perto do fígado
9 - Redução dos valores da fibrose.
10 - A redução do risco de progressão para cirrose
11 - Reversão de cirrose em alguns casos
12 - Desaparecimento de varizes esofágicas
13 - A redução do risco de progressão para o câncer de fígado
14 - Redução do risco de doença hepática descompensada (ascite, icterícia, ruptura de varizes esofágicas, encefalopatia)
15 - Reduzindo a zero o risco de recorrência após o transplante de fígado (se necessário)
16 - Melhorias da qualidade de vida (falta de vontade, fadiga, bem-estar geral)
17 - Redução do impacto psicológico (ansiedade / depressão)
18 - Desaparecimento do risco de transmissão sexual
19 - Desaparecimento do risco de transmissão perinatal
20 - Diminuição do preço do seguro de vida ou plano de saúde
21 - Cura de condições associadas (porfiria cutânea tarda, polineuropatia, urticária, crioglobulinemia, linfomas)
22 - Redução do estigma, familiar e social
23 - O tratamento comprova a relação custo-benefício
24 - Benefícios totais para a saúde pública
25 - Redução do risco de morte por doença hepática
26 - Melhora neurocognitiva
27- Cura da hepatite C.
Saúde mental e qualidade de vida na hepatite C
Além da história natural da doença, os impactos pessoais de um diagnóstico de infecção da hepatite C e seu tratamento afetam fortemente a qualidade de vida dos pacientes. Problemas de saúde mental ocorrem com frequência nos infectados e, aumentam durante o tratamento antiviral. Estes indivíduos frequentemente apresentam sintomas neuropsiquiátricos como fadiga, ansiedade, depressão e distúrbios cognitivos.
O tratamento com interferon está associado a um elevado número de reações adversas, tais como a irritabilidade, insônia, fadiga e perda de apetite. Para além destas, os sintomas neuropsiquiátricos (especialmente a depressão, e por vezes com ideias suicidas) estão entre os efeitos secundários mais comuns no tratamento sendo uma das principais causas por que os pacientes interrompem o tratamento. É de salientar que, até certo ponto, os sintomas psicopatológicos (depressão, distúrbios cognitivos) podem estar associados à infecção da hepatite C, mesmo sem um tratamento.
Um grande número de pacientes submetidos a tratamento deve ser encaminhado para avaliação psiquiátrica e, se necessário, deve receber tratamento para a depressão e outros sintomas neuropsiquiátricos.
Reconhecimento de depressão e outros sintomas neuropsiquiátricos é importante, e pode melhorar a aderência ao tratamento.
Estigma da hepatite C
O diagnóstico da hepatite C foi relatado por ter impactos profundos sobre o relacionamento social. Estigma relacionado com a infecção conduz a elevados níveis de ansiedade e medo exagerado de transmissão, o que pode ser uma das principais causas de isolamento social e intimidade reduzida nas relações. Porque em muitos países a grande maioria das pessoas com hepatite C tem um histórico de uso de drogas intravenosas, eles são freqüentemente acusados de adquirir a doença, e vistos como irresponsáveis e indignos. Além disso, como é uma doença transmitida pelo sangue, a hepatite C está fortemente associada com o HIV (AIDS). Existe esta associação devido ao fato de que o abuso de drogas injetáveis é um fator de risco significativo para a transmissão de ambas as doenças, e isso pode ser um fator estigmatizante destes pacientes. O estigma pode ser definido como atitudes expressas por um grupo dominante, que vê aos outros como socialmente inaceitáveis. A noção de estigma denotando relações vergonhosas e desvios do que é considerado "normal" tem uma longa história dentro das doenças causadas por infecções, em particular HIV, e mais recentemente na hepatite C. Essas normas, comportamentos e crenças que cercam a infecção por hepatite C pode levar à alienação da família e amigos, bem como a discriminação (percebida ou real) nos serviços de saúde e locais de trabalho. O estigma pode afetar a auto- estima e qualidade de vida. Também pode impedir o sucesso de diagnóstico e tratamento, levando ao risco de transmissão da doença de forma contínua. É um fenômeno social que influencia o curso da doença e marginaliza pacientes. A estigmatização afeta não apenas o indivíduo, mas também de todo o curso da doença, os profissionais de saúde não estão imunes aos estereótipos e julgamentos que possam influenciar o curso do tratamento de pacientes com hepatite C. Mudar este comportamento irá ajudar a evitar o isolamento, a suspensão do tratamento dos pacientes e que irá aumentar a procura por atendimento médico.
A hepatite C deve ter uma abordagem global em seu tratamento. Ela exige esforços educacionais de base ampla, a fim de aumentar a compreensão desta doença, ainda ligado a vários estereótipos pejorativos. Esses esforços devem incluir a pacientes e seus familiares, prestadores de cuidados de saúde e da sociedade como um todo. Maior conhecimento da hepatite C é fundamental para auxiliar pacientes na autogestão da sua doença, e é importante para reduzir a carga da doença.
Vários benefícios de cura da hepatite C
Concluem os autores que podemos considerar que curar a infecção pela hepatite C é um benefício real para a saúde pública, principalmente através da redução do risco de complicações e de morrer por causa da doença hepática. Tendo acesso às terapias mais modernas a eficácia do tratamento aumenta significativamente a sobrevivência de pacientes infectados. A hepatite C crônica é uma epidemia silenciosa, uma doença global com um forte estigma, mas com grande chance de cura definitiva.
Fonte: www.hepato.com
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